segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Europa e Euro



A vida é uma caixinha de surpresas. E às vezes, a gente costuma resmungar, que a vida é um saco. Mas, é também, saco de surpresas. Insignificantes mortais diante deste todo universal regido pelo Pai Eterno. O tempo e o tudo e o saber que o rege e faz o acontecer da Vida!
Originária da Itália, minha família, tanto a paterna quanto a materna. Italianos, cruzaram o Atlântico em navios a vapor, precárias condições, motivados por um misto de aventura e de dificuldades de sua pátria e atraídos por melhores condições em um país que lhes ofertava mão de obra, terras virgens a serem cultivadas e sonhos de um futuro promissor, Brasil!
 Meu Pai, de geração nascida no Brasil, falecido em 1980, era pessoa, pode-se dizer, esclarecida para seu tempo. Guarda-livros formado, hoje corresponderia a Economista na titulação, me nominou em 1949, Euro. Então apenas nos dicionários da época e ate hoje, significando, vento do Nascente ou do Leste. Para nós do Brasil, sopra do Atlântico, do Velho Continente.
 Agora, no rolar desta aventura de vida, abre-se o saco dos ventos e do tempo desta nova Odisseia e surge toda uma turbulenta nomenclatura, com euros para todo lado, designando moeda importante, termo e marca para inúmeras coisas, produtos, comércio, indústria, transporte, serviços e etc.
Enfim, a vida se espelha. Aventuras contidas e formatadas para serem vividas na cibernética destinação deste mundo saco e seus ventos loucos.
Dito isto, até onde consigo interpretar, vamos ao que interessa ao Euro/Europa. Então, tenho por direito, seguindo a legislação, requerer cidadania italiana da qual abro mão, por não ver interesse. Mas meu filho Órion a requereu e obteve, morando a princípio na Itália e agora, Inglaterra, Londres.
Assim, em 2013, Agosto, relutante eu fui visitá-lo ciceroneado pela minha sobrinha Yasmine, que merece o céu pela sua paciência com “questo Vecchio quá”. Viajamos do Rio, voando Iberia a Madrid e a British para Londres. Eu disse relutante, pelo fato de no passado, ter prometido a minha esposa Ana, que após sua aposentadoria nós iríamos visitar a Europa. A doença a tolheu sem que tivesse condição de fazer acontecer esta viagem. Daí a relutância advinda deste sentimento do qual a lembrança sempre me deixa a contragosto. Mas é preciso viver, e ela Ana, vive comigo, em meu íntimo, no caráter que me ajudou a moldar. Eu devo muito, quase tudo a ela, e faço no prosseguir para nossos filhos, nossos netos, minha família toda, Mãe, irmãos, parentes, a todos Graças a Deus e a vida, quero bem!
Então Europa, fui!. Euro foi lá. Destino. Londres, Paris e proximidades.
Bem, Londres dispensa comentários! Dentre alguns programas, cito o Estadio Wembley, onde assisti Inglaterra e Escócia. O despoluído e belo rio Tâmisa que corta Londres, um ex Tietê que curtimos o seu perfume e não queremos despoluir, o Big Ben, da badalada pontualidade britânica, o Palácio Buckingham, onde dentro não se pode fotografar, mas recebe-se panfletos explicativos e adquirimos o manual Guia Oficial com fotos de tudo, cuja capa e contra capa digitalizei e verão junto as fotos que seguem; o Museu Britânico, Museu da Guerra, Restaurantes, Tavernas, Pubs os mais diversos, Festival de Cervejas, Pubs, Pubs e Pubs.
 Fomos a Paris, via Euro Tunel, com o trem Euro Star, e lá Rio Sena, Torre Eiffel, Arco do Triunfo, Museus, Tavernas e similares. Com sinceridade, prefiro dez vezes mais, Londres. Mas Paris, tem seus encantos. Mais, na Inglaterra visitamos Oxford, onde estivemos para visitar minha sobrinha Tamara e o Patrick, junto nesta viagem o amigo do Órion, Bruno e Esposa. Visitamos Greenwich e dado a proximidade, Stonehenge Down. Nos dias subsequentes, em Londres, restaurantes, pubs, pubs e pubs!
Fotos dizem bem melhor que explicações:




















































































































Pois bem. Gostei. Mas, este ano, meu filho Órion me pregou uma peça. Via Skype me disse.-“Pai, você está no compromisso agora e não me falhe”- Acabei de comprar um passeio pra Grécia,um pacote para nós, Vita e familiares, eu e pai, nas Ilhas Gregas, na Ilha Korfu, por uma semana. Já aluguei carro pra seis pessoas, uma Doblo. Está tudo pago, hotel, etc. E o Pai se vira para comprar passagem pra cá.”
Assim, este é o próximo programa a cumprir. 20 dias, metade em Londres mergulhado num barril de ceva e outra metade na Grecia, curando ressaca nas praias com frutos do mar e cevinhas.
Mas, isto é assunto para outra publicação, no retorno, depois de viajar. Por ora, da Grécia, apenas o meu nome, Euro, citado já desde a antiguidade, p.ex. no poema Tempestade, de Virgilio, poeta romano, mas referendando a Grécia e seus mares e deuses. Saco!. E, este artigo que repito, escrito já alguns anos passados, acho que publicado no tempo do Seareiro, jornal precedente do Folha Sete, ali de Seara.



Pelas Searas da Vida

                                                                       Euro Zanuzzo



                                               A clara Atenas foi que ao triste mundo,
                                      O uso das searas ensinou primeira, e
                                      Fez submissa às leis ditosa a vida...,”


                                               Canto VI – DA NATUREZA – Lucrécio




            No canto de Lucrécio, poeta romano, a exaltação da Natureza e do seu filósofo maior, EPICURO, grego, cuja doutrina denominada Epicurismo, traça um ideal de vida que subordina harmoniosamente as forças da natureza, à vontade e inteligência do homem.
            Dizendo um forte Não aos maléficos Deuses da invencionice e ignorância humana, prenha de Temores e Superstições, ele quer a Vida, Alegria de Viver !. O Homem e a Natureza completando-se inteligente e harmoniosamente. A isto, Ele, Epicuro, denomina de forma observadora...”Primeiros corpos., Princípios.,Corpos Genitais., Matéria.,”.., E do Grego ao seu discípulo Latim,e deste ao nosso brasileiro português “Ad nihilum res posse, neque autem crescere de nihilo”.- ou seja, “Nada sai do nada e nada volta ao nada”.
            É o princípio que tanto tempo depois, e bem depois do Renascimento que rebuscou a cultura grega, veio a expor Lavoisier. E, quero, agora..., que vocês permaneçam comigo nesta linha de pensamento, que trato e quero apenas na ordem científica. Não se trata de uma afirmação ímpia. Não há corpos nenhum que se aniquilem. Tudo, mas tudo volta à massa universal da qual saíram. Corpo e alma retornam à natureza que os gerou. A morte é natural, dês que então retornamos a ser aquilo que antes fomos. Morte e vida são fatos para a Natureza administrar, ela que a tudo preside e que faz o que precisa ser feito por ser de seu ordenamento.
            Vá que chamemos a Ela de Deus, ou que Deus está na Natureza, ou até extensão de sua submissão. Nós costumamos dizer; “Deus é bom !., “A natureza é santa”., mas sabemos que isto é apenas uma afirmação de nossa vontade, fruto ou reminiscência dela, da mesma forma como dizemos que isto e aquilo é “castigo de Deus” e “benção dos céus”. Coisa que nem os antigos gregos acreditavam, mas já diziam.
            Harmonia do Viver, sem Temor do Morrer. Este é o ensinamento dos gregos e de Epicuro. Mirremo-nos no exemplo de Atenas. Não façamos deste mundo um Mundo triste. Usemos de nossa Seara com sabedoria, submissa às leis da Natureza com todas as nossas atividades e a vida certamente nos será Ditosa, Feliz.
            Quem agride a Natureza não pode esperar que Ela o ampare no futuro. Ela vai é lhe dar o troco. Isto não é vingança. É apenas o matematicamente correto. Se você, por exemplo, destrói o Verde, como é que vai querer depois um ciclo normal de chuvas, se o verde faz parte integrante deste cíclico sistema. Aí, não adianta fazer “procissão pra chover”, ou “pular a dança da chuva”, pra ter água, boas colheitas. Ora, Deus e Natureza não tem culpa de nossa Burrice. Nós cortamos a manga que conduz a água e culpamos Deus por fechar a torneira !
            Este é o meu Recado para Hoje, para que fiquem mordiscando, depois de um meio-dia de farta mesa, com suas redondas barrigas pensantes, cheias de boa vontade e temor a Deus. E, será que nossos filhos e netos terão no amanhã a barriga satisfeita, ou quem sabe talvez eles nem mais tenham barriga?!
            Vai então, mas vai rápido plantar a tua árvore, cuidar daquela nascente d’água, fazer aquela curva de nível e a esterqueira de contenção, e...,bem, vai, Vai com Deus e a Natureza usar bem da tua Seara. Conviva com Ela, para que ela tenha sempre, em cada canto um Jardim e em cada Lar, um Berço de fartura.
            Quero finalmente lembra-los da existência de um Projeto denominado “Seara Verde”.  Pois bem. Este não é um projeto só de alguém, não apenas mais um projeto da Prefeitura, ou do Prefeito que teve a feliz iniciativa, ou da Câmara, ou da Secretaria da Agricultura e Meio Ambiente, agora com meu amigo Agrônomo Renato Kako Tumelero. Não, NÃO ! É de todos nós, searaenses, seareiros de um futuro melhor. É de nossa ação do Hoje que poderemos vislumbrar o Amanhã, junto com Epicuro e a harmoniosa Natureza, a nossa merecida “Alegria do Viver, sem temor do Morrer !”.