terça-feira, 14 de julho de 2015

Por ser.,

Por ser.,

Euro Zanuzzo.


Apenas uma seara se faz minha esperança,
enquanto Terra, me espera.
Eu que me deixei levar no devaneio do viver,
torta e angustiante realidade..,
louca incompreensão do querer.

                        Ingênuo, quis-me importante.
                        Luz quis ser no campo de trigo ardente,
                        seareiro de estreitas letras, ceifa...
                        ah! míseras,
                        mesquinhas letras de mim ausentes.

Messe que eras
de um sonho pueril, hoje
repositório autêntico, que o mofo e a poeira
guarda tal qual me escondo,
esquecido quarto, renegadas sementes,
ausentes na verde seara de um sonho imaginável.

                        Apenas tu, amiga Terra,
                        serena me espreitas de tuas colinas.
                        Enquanto a noite desce, eu
                        faço uma prece a Seara do Senhor.

Para este sonho perdido renascer,
Em novo tempo de plantios e do querer,
juntando letras, toscos pedaços...
partidos de meu peito, juvenil abraço...

                        Quando a mão do Semeador deixar-me
para novamente ser., mistura do teu chão,
                        poema de teu Ser
                        e ser tão somente, semente e pó,
                        Verdor, umidade.

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