FRITZ PLAUMANN – UMA SEARA
DE SÃ FILOSOFIA, COM ORIGENS NA DESCONCERTANTE ALEMANHA DESTE SÉCULO
“A
Alemanha é o melhor exemplo. É o caso typico de um povo sob a ameaça permanente
de seu mesmo progresso. Passando com uma rapidez sem par na história, do regimen
agrícola em que se aplicavam há meio século, três quartos de sua gente, para o
máximo regimen industrial, onde se applicam hoje dois terços de sua actividade
– ficou duplamente adstricta a todas as exigências do expansionismo
obrigatório. Para viver e para agir. De um lado, calcula-se que o seu solo,
intensamente explorado, no máximo, bastará a alimentar trinta milhões de
homens, e ella tem quasi o dobro. De outro, cerca de metade das matérias
primas, que se alimentam as indústrias vem do exterior. Está numa alternativa.
Ou isolar-se num papel secundário e obscuro, procurando na emigração pacífica,
um desafogo à sua sobrecarga humana – ou expandir-se, systematicamente
conquistadora, arriscando-se às maiores lutas – PREFERIU O ÚLTIMO CASO –.” – De
“Contrastes e Confrontos”, Euclydes da Cunha - Capítulo: A Arcádia da Alemanha
– 1907.
Tal qual a nossa Araucária
Angustifólia, ou seja, o nosso pinheiro, intromisso, altivo, altaneiro e ainda
senhor em meio às nossas matas subtropicais, este estrangeiro aqui chegou,
proveniente da Imperial Alemanha, como se refere Euclides da Cunha, para uma
GUERRA DE CONQUISTA que tinha como destino a Arcádia Universal da mais sã das
filosofias e ciências, uma guerra de conquista de valores, de conhecimentos, de
“modus-vivendi” e coexistência com a natureza e seus segredos e por isto, hoje,
o seu pensamento é pinheiro altaneiro, intromisso, imperial em meio a SEARA DAS
IDEOLOGIAS UNIVERSAIS QUE ENGRANDECEM O GÊNERO HUMANO.
Tão diverso da militar
Arcádia assustadoramente profetizada pelo nosso insigne Euclides da Cunha em
1907, sete anos anteriormente à deflagração da 1ª Guerra Mundial. Tão diverso
da lúgubre Arcádia Milenar sonhada pelo seu contemporâneo e protagonista
principal do maior conflito da humanidade, Adolf Hitler, com a 2ª Guerra
Mundial. Enquanto Hitler traçava as diretrizes de sua política expansionista,
os caminhos de suas avassaladoras máquinas de guerra e determinava o destino
cruel de um povo nos fornos de extermínio, este, contemporâneo de um tempo de
insensatez humana, nas brasileiras terras de além mar, abaixo da linha do sub
trópico, sonhava com a expansão da vida e rabiscava os apontamentos de sua obra
“As origens da vida”. Die Entstehung des Lebens.
“A vida é um assunto
cosmológico, sujeito às leis do Universo”, diz Fritz Plaumann. Inicia a sua
obra, impressa em alemão pela Gráfica Editora Rotermund de São Leopoldo, RS,
1949. Ele iniciara seus apontamentos escritos
no ano de 1943.
FRITZ PLAUMANN – SUA
INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA NA ALEMANHA – 1902/1924.
* - Obs. Artigo escrito em
1992.
Fritz Plaumann nasceu na
Alemanha em 02 de maio de 1902, em Preusich Eylau, na Prússia Oriental,
Alemanha, filho de Friedrich Wilhelm Plaumann e Hulda Plaumann.
A Prússia é a cabeça do
Reino Alemão desde 1871, com Guilherme I. A Prússia Oriental, “Ostpreussen”,
tem por capital Konigsberg. Banhada pelo Memel por 112 km de extensão, este se
converte no Niemen Russo. O Pregel, de 237 km de extensão é rio totalmente
prussiano. Solo muito fértil na depressão entre o Premel e o Memel. Ocorrências
de minerais como o âmbar e a turfa. Destaques para a metalurgia de Konigsberg,
a capital. Estaleiros de barcos em Memel e Pillen. Tecidos em Gumbinnen e
Insterburg, e a criação de cavalos que é a marca registrada da famosa cavalaria
prussiana.
Esta é a Prússia que vai
encontrar o jovem Fritz Plaumann, então com seus dezesseis anos de idade. Em
novembro de 1918 dá-se a queda da realeza. A Prússia toda é sacudida
violentamente por manifestações revolucionárias, dando-se a implantação do
Estado Livre. É o tempo da “Jovem Escola Alemã”, com Gustav Schmoler, Werner
Sombart e Max Weber, traçando as linhas de uma vida econômica e
ético-religiosa. “A organização capitalista teria sido uma emanação do
protestantismo”. Na França de Proudhon, a idéia da libertação do homem da moeda
e propriedade, qualificando esta como um roubo. List, lança a idéia dos Estados
Germânicos unidos por Liga aduaneira, com o desenvolvimento das forças
produtivas. Karl Marx e Friedrich Engels com
o Manifesto Comunista e a obra “O Capital”.
Os tempos são ricos e
imensamente produtivos na evolução técnico-científica e em teorias econômicas;
os tempos são pobres, pateticamente miseráveis para as grandes massas de
trabalhadores, operários e agricultores. Ao lado da Prússia, fervilha a imensa
Rússia já proletarizada. Em 1921, Lenine instaura a sua Nova Política
Econômica. Em outubro de 1923, ocorre a
grande queda do “velho e insustentável marco alemão”, com a inflação em
patamares jamais vistos. A produção agrícola e industrial cai em mais de 50%. A
economia se esfacela. Toda a Europa
entra em crise. É neste clima angustiante que a Família Plaumann, constrangida
pela violenta crise financeira, compelida por distúrbios de ordem política,
perda de terras, inflação galopante a corroer as suas economias, vê-se na
contingência da emigração. Segue, rumo ao Brasil.
FRITZ PLAUMANN NO BRASIL –
PORTO RIO GRANDE, RS.
·
- Obs. Artigo escrito em 1992.
Juntamente com seus pais,
Friedrich Wilhelm e Hulda, Fritz Plaumann chega ao Brasil. Era o ano de 1924. Porto de desembarque de Rio Grande, RS.
Destino – Poço Redondo, hoje Vila do Município de Seara, SC.
Toma rumo ao Estado de Santa
Catarina pela Estação de Barro (Gaurama, RS), via Paiol Grande (depois José
Bonifácio e Erechim), e Aratiba, então sob a denominação de Rio Novo, a Família
Plaumann, cruza o Rio Uruguai no Passo do Itá (Itá, SC) e segue para Poço
Redondo, rumo a um Lote Colonial de terras adquiridas da Colonizadora Luce
& Rosa, sito às margens do Rio Irany e o Lageado Poço Redondo, localidade
de Poço Redondo, Distrito de Nova Teutônia, Município de Seara, SC. *(hoje,
pertence a Arvoredo, Município desmembrado de Seara)*
Ali, o jovem Fritz Plaumann,
com idade de 22 anos, juntamente com os seus pais, dedica-se à agricultura,
tendo como base o plantio da cana-de-açúcar e o milho.
Fritz, na sua infância em
Preusich Eylau, Prússia Oriental, Alemanha, tivera um ensino correspondente ou
similar ao ensino médio, 2º Grau, desde que o ensino local não passava deste nível.
A educação fora a oficial e particular. Autodidata, demonstrou especial
interesse pelo estudo de Zoologia, tendo como área preferencial a Entomologia,
e mais a Botânica, Astronomia, Química e Meteorologia. Ainda na Alemanha,
compusera a sua primeira coleção entomológica, não lhe sendo possível trazê-la
ao Brasil.
Aqui chegado, o jovem Fritz
Plaumann não descuidava de sua atividade autodidata nas áreas de sua
preferência de estudos. Reconhece o terreno, adapta, aprofunda-se no
conhecimento. Diariamente procede a anotações gráficas de suas atividades. Na
meteorologia faz diariamente três observações. Portanto, só no campo da
meteorologia, as observações científicas são consideráveis e comparáveis a
Institutos de Observação Meteorológica, pois remontam ao ano de 1925. Por
conseqüência, são sessenta e sete anos consecutivos a observar as condições
meteorológicas locais, com umidade relativa do ar, índices pluviométricos e
atividades próprias desta área de estudos.
Em 25 de fevereiro de 1928, Fritz sofre perda
irreparável. Morre-lhe o Pai, Friedrich Wilhelm. Nosso jovem cientista conta
então com sua mãe, Dona Hulda e transfere seu domicílio de Poço Redondo para
Nova Teutônia, centro da colonização germânica na região e cujo empreendimento
é da Cia. Colonizadora Luce & Rosa. Permuta com a Colonizadora o seu Lote
Colonial e recebe por conta dois terrenos na Sede de Nova Teutônia. Lá, adquire
uma casa comercial que se encontrava em processo de liquidação e com um pequeno
estoque de mercadorias inicia-se no comércio, ajudado por sua Mãe. Passa também
a lecionar, primeiramente subvencionado pela Igreja Sinodal e após como
Professor Municipal do então Município de Cruzeiro (Joaçaba). Lecionou até o
ano de 1932, quando pediu exoneração.
Fritz Plaumann, desde o ano
de 1925 dedica a sua vida à ciência, o que podemos qualificar dado as
peculariedades e circunstâncias de sua vida e sua extraordinária capacidade
laborativa em variadíssimas áreas do conhecimento humano, como uma pessoa de
saber universal.
Como entomólogo, sem similar
no Brasil, necessitou recorrer a especialistas da área em outros países. De
início, diz Fritz Plaumann, recorri a eles, mas após, eles se dirigiam a mim.
Dominando com singularidade os idiomas do Alemão, Francês e Inglês, respondia a
correspondência nestes, e as redigidas em Espanhol e Italiano, as respondia em
Português. Em nível de Brasil, correspondia-se com o destacado entomólogo Dr.
Costa Lima. A nível internacional, com renomados estudiosos como Thomas
Borgmeier, Dr. Charles Alexander, Dr. Hood, USA., Dr. Carl E. Schedl, Áustria,
Swen Hedin, O. Lundbald, Suécia, Dr. George Ochs, Uhmanki, e outros. Recebeu
centenas de homenagens de variados e famosos entomologistas do mundo que
denominaram espécies da entomologia plaumniana com o seu nome. Foram mais de
16.000 espécies diversas com cerca de 80.000 exemplares.
FRITZ PLAUMANN – UMA VIDA
DEDICADA À CIÊNCIA UNIVERSAL. BRASIL – NOSSA IGNORÂNCIA POLÍTICA E CIENTÍFICA
Tão diverso de seu tempo, de
seus conterrâneos e contemporâneos. Enquanto o mundo andava sob o rodado dos
tanques de guerra, o ronco dos aviões bombardeiros e bombas V.2; enquanto o
mundo estarrecido via acontecer o mais cruento episódio de Guerra, com o
advento nuclear sobre Hiroshima e Nagasaki patrocinado pelos nossos co-heróis
aliados norte-americanos, ele, o solitário teuto-brasileiro, em meio ao verde
robusto, viçoso e soberbo das nossas matas, catava seus pequenos coleópteros,
himenópteros, dípteros, lepidópteros, ou seja, insetos como as formigas, insetos de asas como os besouros,
borboletas, mariposas, moscas, mosquitos, lagartas, etc.
E nós, por onde andávamos,
então? – Que fazíamos de interessante por nossa terra. Na observação do mundo
de então, nos chamavam pródigos. De nosso povo: -
“are people of muy poca sal en la mollera”. Deixemos por traduzir ou convenhamos que a verdade
deva ser dita, escrita e admitida. Nossos procedimentos ainda estão muito longe
de serem o desejável.
Mas, não precisamos ir longe
para dizer do que fazíamos no curso daquele tempo. É neste tempo que aqui se
instalam poderosos interesses. A “Brazil Railway Company”, o “The Syndicate
Farquhar”, a “Southeern Brazil Lumber Colonization Company”, a “Brazil
Development and Colonization Company”. Os seus interesses econômicos não tem
linhas, limites ou barreiras. Crescem à horizontal e a vertical. A título de
exemplo, na exploração de nossas madeiras de lei, somente uma madeireira, a
Lumber, maior da América Latina, produzia 300 metros cúbicos dia e explorou durante
40 anos consecutivos, para quem? – O Sindicato Farquhar chegou a possuir
250.000 Km2 de área de terras no Brasil, correspondendo a quase três vezes o
nosso Estado de Santa Catarina, todavia, através de suas subsidiárias, não
respeitou sequer o direito dos caboclos posseiros da região do Contestado, que
se viram contingenciados a abandonar as terras ou morrer. E o que fez o Governo
Brasileiro? – Com armas importadas modernas, dizimam seu próprio e
brasileiríssimo povo, à mercê, de uma titularidade de terras cedidas a empresas
estrangeiras, trustes importados, sanguessugas de uma já desvalida economia
nacional.
Mas, à parte da economia,
vejamos a ciência. O governo do Brasil fecha as portas à ciência universal,
aquilo que diz respeito a favor da humanidade. Impõe empecilhos legais. O IBDF
proíbe o trabalho de Fritz Plaumann. Sob a ótica da Lei Pátria Brasileira, a
sua atividade científica, perscrutadora, humanitária e filosófica, é crime.
Proíbe o maior entomólogo das Américas, de fama reconhecida internacionalmente,
sem similar no Brasil, de continuar o seu trabalho. Há que se lhe retirar o
“sal de la mollera” de vez que optou pelo Brasil. Os obstáculos legais
inviabilizam a continuidade de sua pesquisa. A Lei, dita correta, não passa de
“burra”, pois não oferece condição de continuidade.
FRITZ PLAUMANN – NA SEARA DA
FILOSOFIA EVOLUCIONISTA – O HOMEM -.
*Obs. Artigo escrito em
1992.
Da Grécia Antiga, por Tales
de Mileto, Anaxímenes e Anaximandro, passando pela era cristã com Sto.
Agostinho e adiante com Lamarck, Malthus, Darwin e Teilhard de Chardin mais
recentemente, cabe ao homem levar adiante e queimar na pira da reflexão, as
profundas investigações de ordem filosófica sobre a evolução dos seres.
Tendo como sua frase mais
candente, diz Fritz Plaumann que a “Vida é um assunto cosmológico, sujeito às
leis do Universo”.
Ao nos depararmos com o
homem, Fritz Plaumann, senhor do alto dos seus 90 * noventa anos de idade, é o
tempo que toma das rédeas do nosso entendimento e todo o restante se faz de
somenos importância. Seus pequenos olhos azuis perscrutadores, parecem dissecar
cientificamente os segredos mais recônditos de nossas mentes e corações. Tudo
em Fritz Plaumann transpira a ciência. Mas, há uma confusão que se estabelece
neste complexo conjunto científico. É o próprio homem. É a ciência com um misto
de poesia. Poesia que se estabelece como em versos brancos, solto ao sabor dos
ventos, os mesmos ventos que um dia o trouxeram, ainda infante do Leste,
cruzando o Atlântico rumo à aventura de uma incógnita vida brasileira na década
de 20.
Como estabelecer um
parâmetro conceitual sobre uma vida regrada pelos fortes preceitos de uma
prussiana educação, mesclada com diuturna preocupação de observações
científicas minuciosamente aplicadas e coletadas sobre minúsculos insetos, à
luz de microscópios e lupas, no convívio com uma natureza agreste, inculta,
selvagem e na coexistência com indígenas e caboclos, habitantes únicos da
região, além de uma dezena de imigrantes.
Desde o já longínquo 1924,
vão-se 68 anos de 365 dias. Força de expressão para destacar dias de coletas de
insetos, dados e anotações, observações e exames, testes comparativos; dias de
três anotações diárias sobre a meteorologia, índices de umidade relativa, de
precipitação, gráficos comparativos, etc.
Mas, o tempo para cuidar de
sua própria vida lhe toma o tempo. Entretanto, sobra-lhe para a poesia, para a
música em um velho órgão, para o violino e a flauta. Acordes em meio à selva.
Bugres, caboclos, bem-te-vis, sabiás e coruíras extasiados, escutam atentos. A
mata subtropical robusta, o andar do vento em entremeio aos montes, vales e
searas, tudo faz um cenário natural digno de uma ópera de Carlos Gomes.
Placs de asas.
Multicoloridas borboletas permeiam por entre verdíssimas folhas e louras e
germânicas cabeças de crianças. Risos confundidos com o suave e doce murmurejo
dos regatos. A poesia, toda a poesia parece que se doma e converge para o
encanto azul do olhar deste senhor que reinou absoluto pelos confins da ciência
e domesticou segredos da origem da vida, da origem e metamorfose das espécies e
da coexistência humana em mútua relação com a natureza.
FILOSOFIA PLAUMIANNA – A
ECO/92 – A MENSAGEM DE FRITZ PLAUMANN
Nestes tempos de ECO/RIO-92,
onde presentes se farão no Brasil as autoridades políticas principais do mundo
inteiro para a adoção de uma política ecológica mundial inteligente e sensata,
Fritz Plaumann está mais do que presente. É monumento vivo de uma luta insana,
é marco e síntese da mais pura indagação que o homem pode fazer com referências
a si próprio. A sua mensagem é uma sentença ecológico-filosófica da qual
instância alguma poderá opor reformas. Vencidos devem ser todos os votos da
insensatez humana. Escutemo-lo com atenção. A sua mensagem foi lida por ocasião
da cerimônia de inauguração do Museu Fritz Plaumann de Nova Teutônia, Distrito
do Município de Seara, SC, em 23 de outubro de 1989.
MENSAGEM DE FRITZ PLAUMANN
Meu olhar divaga livremente
sobre a paisagem montanhosa, porém a mata virgem não existe mais. As estrelas
brilham à noite no firmamento, porém disfarçadas pelo reluzir de luzes
artificiais. Imensurável é a quantidade de espécies de fauna e flora,
indecifrável o número de astros. Teorias aparecem e desaparecem, mas o mistério
– de onde? – para onde? – permanece.
Como qualquer ser vivo,
também ao homem é imposto pela própria natureza um limite a sua capacidade
perceptiva, que não pode ser ultrapassado; o que fica além, continua enigma...
Neste mundo, seja na superfície
da terra, seja acima dela ou no seu interior, tudo está cheio de segredos, mas
tudo está subordinado a uma ordenação disciplinada e reconhecível nas leis da
natureza. Por isso não consigo crer numa “criação do acaso”.
O homem agride sem consideração.
A fauna e flora, autóctones, sucumbem. Terra, ar e água são envenenados ou
contaminados. Porém, a terra, na qual toda a vida se fundamenta, há de
vingar-se, como em parte já está acontecendo. Pense, pois, homem, sobre o que
poderá advir...
Que o meu trabalho
entomológico possa contribuir para incentivar a admiração e o amor à natureza e
estimular a reflexão sobre a mesma. São os meus votos. Fritz Plaumann, Nova
Teutônia, 23 de outubro de 1989.
Fritz Plaumann, um
teuto-brasileiro por escolha, contemporâneo de um tempo de pouco sal e sensatez
por parte da humanidade. Cientista entomólogo, ecologista, meteorologista,
botânico. Plaumann o cidadão, perseguido e prejudicado no seu trabalho pela
ignorância política de um tempo e principalmente por políticos ignorantes.
Fritz, o artista, a pessoa humana, o amigo e o mestre. Fritz Plaumann, o
filósofo naturalista. Ele que encontra na observação da natureza os segredos
por que o homem deve pautar o seu modo de vida. O homem é uma criança que só
pode evoluir na dependência da mãe natureza e no caminho que o leva a Deus. A
natureza está subordinada a uma ordenação disciplinada e reconhecível. Homem e
natureza estão irremediavelmente ligados um ao outro. É um processo de
coexistência, onde homem e natureza devem unir forças para vencer o mal.
O seu pensamento qualifica
como pecado, numa forma figurativa, a se levar em conta uma perspectiva
religiosa, o fato de o homem atentar contra a natureza, como, por exemplo,
permitir a reprodução com deficiência genética. Entende ser dever corrigir e
não permitir ações antiecológicas como forma de preservação da qualidade de
vida no futuro.
Em toda a sua obra, na sua
filosofia de vida e procedimento, se faz sempre presente o saudável binômio,
preservação & progresso. O respeito, o amor e a preservação da natureza,
aliado com o desenvolvimento, o progresso e bem estar do homem.
O seu trabalho científico,
ecológico e filosófico, nunca esteve associado a interesse de ordem política,
religiosa ou econômica. O seu trabalho se fez única e exclusivamente em favor
do engrandecimento do gênero humano.
Sob o prisma desta sã
mentalidade é que nesta ECO / RIO - 92 ao se completarem 90 * noventa anos de
existência de FRITZ PLAUMANN, devem se
unir no Rio de Janeiro, Brasil, as autoridades políticas dos principais
países do mundo, estabelecendo-se um
Fórum Internacional
Um Fórum que se observe
normas de conduta que não permita por parte dos nacionais detentores de áreas
de interesse de preservação ecológica, um processo de devastação e de destruição,
bem como se observe, que por parte do
estrangeiro, não se faça presente a cobiça, vilmente arquitetada pelas
intrigas, pelas divisões patrocinadas, pela discórdia interna sementeada e
manipulada por interesses internacionais escusos, tanto os de ordem de
inteligência estatal quanto os de ordem privada, sob artifícios de trustes e de
multinacionais interesses.
A isenção deste Fórum
Internacional deve ser total. A
preservação ecológica deve cuidar da viabilidade econômica, dos custos de
manutenção e do desenvolvimento dos povos pátrios das regiões de interesses
ecológicos, que não podem, nem devem permanecer à margem da história e da
civilização.
Euro Zanuzzo- artigo escrito em 1992 *
SÍNTESE DO PENSAMENTO DE FRITZ PLAUMANN
Considero o Brasil minha Segunda
Pátria. Não tenho interesse em visitar a minha terra natal que está agora nas
mãos de outro País (Rússia). Muito, muito mudou lá, ficando estranho. Daria
para mim tristeza em vez de prazer.
-
Desde minha infância tinha grande interesse pela natureza. No Brasil,
notei as numerosas espécies em Fauna e Flora, que ultrapassava a possibilidade
de poder estudá-las.
-
A abundância da desmatação, uso de agrotóxicos na lavoura, indústrias e
demais, se não mudar, levará ao caos.
-
Um Instituto para estudos da Entomologia, se criado pelo Governo
Brasileiro daria bom sucesso.
-
Já foi planejado uma Reserva Florestal na Região de Teutônia, que ficou
sem efeito por causa da falta de recursos financeiros.
-
Para mim a Fauna e a Flora são assuntos cosmológicos às leis do Universo,
não dependendo somente da evolução. E, por fim, completa:
- Creio que DEUS é o maior dos Cosmos, seja que nome
o homem inventou para lhe dar. Nos Estados Unidos da América existe muito mais que
100 religiões e crenças, porém eu fico com o meu moto: “DEUS ETERNO A VÓS
LOUVOR”.
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