domingo, 16 de novembro de 2014

Fritz Plaumann - Artigo escrito por Euro Zanuzzo em 1992.

FRITZ PLAUMANN – UMA SEARA DE SÃ FILOSOFIA, COM ORIGENS NA DESCONCERTANTE ALEMANHA DESTE SÉCULO

“A Alemanha é o melhor exemplo. É o caso typico de um povo sob a ameaça permanente de seu mesmo progresso. Passando com uma rapidez sem par na história, do regimen agrícola em que se aplicavam há meio século, três quartos de sua gente, para o máximo regimen industrial, onde se applicam hoje dois terços de sua actividade – ficou duplamente adstricta a todas as exigências do expansionismo obrigatório. Para viver e para agir. De um lado, calcula-se que o seu solo, intensamente explorado, no máximo, bastará a alimentar trinta milhões de homens, e ella tem quasi o dobro. De outro, cerca de metade das matérias primas, que se alimentam as indústrias vem do exterior. Está numa alternativa. Ou isolar-se num papel secundário e obscuro, procurando na emigração pacífica, um desafogo à sua sobrecarga humana – ou expandir-se, systematicamente conquistadora, arriscando-se às maiores lutas – PREFERIU O ÚLTIMO CASO –.” – De “Contrastes e Confrontos”, Euclydes da Cunha - Capítulo: A Arcádia da Alemanha – 1907.
Tal qual a nossa Araucária Angustifólia, ou seja, o nosso pinheiro, intromisso, altivo, altaneiro e ainda senhor em meio às nossas matas subtropicais, este estrangeiro aqui chegou, proveniente da Imperial Alemanha, como se refere Euclides da Cunha, para uma GUERRA DE CONQUISTA que tinha como destino a Arcádia Universal da mais sã das filosofias e ciências, uma guerra de conquista de valores, de conhecimentos, de “modus-vivendi” e coexistência com a natureza e seus segredos e por isto, hoje, o seu pensamento é pinheiro altaneiro, intromisso, imperial em meio a SEARA DAS IDEOLOGIAS UNIVERSAIS QUE ENGRANDECEM O GÊNERO HUMANO.
Tão diverso da militar Arcádia assustadoramente profetizada pelo nosso insigne Euclides da Cunha em 1907, sete anos anteriormente à deflagração da 1ª Guerra Mundial. Tão diverso da lúgubre Arcádia Milenar sonhada pelo seu contemporâneo e protagonista principal do maior conflito da humanidade, Adolf Hitler, com a 2ª Guerra Mundial. Enquanto Hitler traçava as diretrizes de sua política expansionista, os caminhos de suas avassaladoras máquinas de guerra e determinava o destino cruel de um povo nos fornos de extermínio, este, contemporâneo de um tempo de insensatez humana, nas brasileiras terras de além mar, abaixo da linha do sub trópico, sonhava com a expansão da vida e rabiscava os apontamentos de sua obra “As origens da vida”. Die Entstehung des Lebens.
“A vida é um assunto cosmológico, sujeito às leis do Universo”, diz Fritz Plaumann. Inicia a sua obra, impressa em alemão pela Gráfica Editora Rotermund de São Leopoldo, RS, 1949. Ele iniciara seus apontamentos escritos  no ano de 1943.

FRITZ PLAUMANN – SUA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA NA ALEMANHA – 1902/1924.
* - Obs. Artigo escrito em 1992.
Fritz Plaumann nasceu na Alemanha em 02 de maio de 1902, em Preusich Eylau, na Prússia Oriental, Alemanha, filho de Friedrich Wilhelm Plaumann e Hulda Plaumann.
A Prússia é a cabeça do Reino Alemão desde 1871, com Guilherme I. A Prússia Oriental, “Ostpreussen”, tem por capital Konigsberg. Banhada pelo Memel por 112 km de extensão, este se converte no Niemen Russo. O Pregel, de 237 km de extensão é rio totalmente prussiano. Solo muito fértil na depressão entre o Premel e o Memel. Ocorrências de minerais como o âmbar e a turfa. Destaques para a metalurgia de Konigsberg, a capital. Estaleiros de barcos em Memel e Pillen. Tecidos em Gumbinnen e Insterburg, e a criação de cavalos que é a marca registrada da famosa cavalaria prussiana.
Esta é a Prússia que vai encontrar o jovem Fritz Plaumann, então com seus dezesseis anos de idade. Em novembro de 1918 dá-se a queda da realeza. A Prússia toda é sacudida violentamente por manifestações revolucionárias, dando-se a implantação do Estado Livre. É o tempo da “Jovem Escola Alemã”, com Gustav Schmoler, Werner Sombart e Max Weber, traçando as linhas de uma vida econômica e ético-religiosa. “A organização capitalista teria sido uma emanação do protestantismo”. Na França de Proudhon, a idéia da libertação do homem da moeda e propriedade, qualificando esta como um roubo. List, lança a idéia dos Estados Germânicos unidos por Liga aduaneira, com o desenvolvimento das forças produtivas. Karl Marx e Friedrich Engels com  o Manifesto Comunista e a obra “O Capital”.
Os tempos são ricos e imensamente produtivos na evolução técnico-científica e em teorias econômicas; os tempos são pobres, pateticamente miseráveis para as grandes massas de trabalhadores, operários e agricultores. Ao lado da Prússia, fervilha a imensa Rússia já proletarizada. Em 1921, Lenine instaura a sua Nova Política Econômica. Em outubro de  1923, ocorre a grande queda do “velho e insustentável marco alemão”, com a inflação em patamares jamais vistos. A produção agrícola e industrial cai em mais de 50%. A economia  se esfacela. Toda a Europa entra em crise. É neste clima angustiante que a Família Plaumann, constrangida pela violenta crise financeira, compelida por distúrbios de ordem política, perda de terras, inflação galopante a corroer as suas economias, vê-se na contingência da emigração. Segue, rumo ao Brasil.


FRITZ PLAUMANN NO BRASIL – PORTO RIO GRANDE, RS.
·        - Obs. Artigo escrito em 1992.

Juntamente com seus pais, Friedrich Wilhelm e Hulda, Fritz Plaumann chega ao Brasil. Era o ano de  1924. Porto de desembarque de Rio Grande, RS. Destino – Poço Redondo, hoje Vila do Município de Seara, SC.
Toma rumo ao Estado de Santa Catarina pela Estação de Barro (Gaurama, RS), via Paiol Grande (depois José Bonifácio e Erechim), e Aratiba, então sob a denominação de Rio Novo, a Família Plaumann, cruza o Rio Uruguai no Passo do Itá (Itá, SC) e segue para Poço Redondo, rumo a um Lote Colonial de terras adquiridas da Colonizadora Luce & Rosa, sito às margens do Rio Irany e o Lageado Poço Redondo, localidade de Poço Redondo, Distrito de Nova Teutônia, Município de Seara, SC. *(hoje, pertence a Arvoredo, Município desmembrado de Seara)*
Ali, o jovem Fritz Plaumann, com idade de 22 anos, juntamente com os seus pais, dedica-se à agricultura, tendo como base o plantio da cana-de-açúcar e o milho.
Fritz, na sua infância em Preusich Eylau, Prússia Oriental, Alemanha, tivera um ensino correspondente ou similar ao ensino médio, 2º Grau, desde que o ensino local não passava deste nível. A educação fora a oficial e particular. Autodidata, demonstrou especial interesse pelo estudo de Zoologia, tendo como área preferencial a Entomologia, e mais a Botânica, Astronomia, Química e Meteorologia. Ainda na Alemanha, compusera a sua primeira coleção entomológica, não lhe sendo possível trazê-la ao Brasil.
Aqui chegado, o jovem Fritz Plaumann não descuidava de sua atividade autodidata nas áreas de sua preferência de estudos. Reconhece o terreno, adapta, aprofunda-se no conhecimento. Diariamente procede a anotações gráficas de suas atividades. Na meteorologia faz diariamente três observações. Portanto, só no campo da meteorologia, as observações científicas são consideráveis e comparáveis a Institutos de Observação Meteorológica, pois remontam ao ano de 1925. Por conseqüência, são sessenta e sete anos consecutivos a observar as condições meteorológicas locais, com umidade relativa do ar, índices pluviométricos e atividades próprias desta área de estudos.
 Em 25 de fevereiro de 1928, Fritz sofre perda irreparável. Morre-lhe o Pai, Friedrich Wilhelm. Nosso jovem cientista conta então com sua mãe, Dona Hulda e transfere seu domicílio de Poço Redondo para Nova Teutônia, centro da colonização germânica na região e cujo empreendimento é da Cia. Colonizadora Luce & Rosa. Permuta com a Colonizadora o seu Lote Colonial e recebe por conta dois terrenos na Sede de Nova Teutônia. Lá, adquire uma casa comercial que se encontrava em processo de liquidação e com um pequeno estoque de mercadorias inicia-se no comércio, ajudado por sua Mãe. Passa também a lecionar, primeiramente subvencionado pela Igreja Sinodal e após como Professor Municipal do então Município de Cruzeiro (Joaçaba). Lecionou até o ano de 1932, quando pediu exoneração.
Fritz Plaumann, desde o ano de 1925 dedica a sua vida à ciência, o que podemos qualificar dado as peculariedades e circunstâncias de sua vida e sua extraordinária capacidade laborativa em variadíssimas áreas do conhecimento humano, como uma pessoa de saber universal.
Como entomólogo, sem similar no Brasil, necessitou recorrer a especialistas da área em outros países. De início, diz Fritz Plaumann, recorri a eles, mas após, eles se dirigiam a mim. Dominando com singularidade os idiomas do Alemão, Francês e Inglês, respondia a correspondência nestes, e as redigidas em Espanhol e Italiano, as respondia em Português. Em nível de Brasil, correspondia-se com o destacado entomólogo Dr. Costa Lima. A nível internacional, com renomados estudiosos como Thomas Borgmeier, Dr. Charles Alexander, Dr. Hood, USA., Dr. Carl E. Schedl, Áustria, Swen Hedin, O. Lundbald, Suécia, Dr. George Ochs, Uhmanki, e outros. Recebeu centenas de homenagens de variados e famosos entomologistas do mundo que denominaram espécies da entomologia plaumniana com o seu nome. Foram mais de 16.000 espécies diversas com cerca de 80.000 exemplares.

FRITZ PLAUMANN – UMA VIDA DEDICADA À CIÊNCIA UNIVERSAL. BRASIL – NOSSA IGNORÂNCIA POLÍTICA E CIENTÍFICA

Tão diverso de seu tempo, de seus conterrâneos e contemporâneos. Enquanto o mundo andava sob o rodado dos tanques de guerra, o ronco dos aviões bombardeiros e bombas V.2; enquanto o mundo estarrecido via acontecer o mais cruento episódio de Guerra, com o advento nuclear sobre Hiroshima e Nagasaki patrocinado pelos nossos co-heróis aliados norte-americanos, ele, o solitário teuto-brasileiro, em meio ao verde robusto, viçoso e soberbo das nossas matas, catava seus pequenos coleópteros, himenópteros, dípteros, lepidópteros, ou seja, insetos como as  formigas, insetos de asas como os besouros, borboletas, mariposas, moscas, mosquitos, lagartas, etc.
E nós, por onde andávamos, então? – Que fazíamos de interessante por nossa terra. Na observação do mundo de então, nos chamavam pródigos. De nosso povo: - “are people of muy poca sal en la mollera”. Deixemos por traduzir ou convenhamos que a verdade deva ser dita, escrita e admitida. Nossos procedimentos ainda estão muito longe de serem o desejável.
Mas, não precisamos ir longe para dizer do que fazíamos no curso daquele tempo. É neste tempo que aqui se instalam poderosos interesses. A “Brazil Railway Company”, o “The Syndicate Farquhar”, a “Southeern Brazil Lumber Colonization Company”, a “Brazil Development and Colonization Company”. Os seus interesses econômicos não tem linhas, limites ou barreiras. Crescem à horizontal e a vertical. A título de exemplo, na exploração de nossas madeiras de lei, somente uma madeireira, a Lumber, maior da América Latina, produzia 300 metros cúbicos dia e explorou durante 40 anos consecutivos, para quem? – O Sindicato Farquhar chegou a possuir 250.000 Km2 de área de terras no Brasil, correspondendo a quase três vezes o nosso Estado de Santa Catarina, todavia, através de suas subsidiárias, não respeitou sequer o direito dos caboclos posseiros da região do Contestado, que se viram contingenciados a abandonar as terras ou morrer. E o que fez o Governo Brasileiro? – Com armas importadas modernas, dizimam seu próprio e brasileiríssimo povo, à mercê, de uma titularidade de terras cedidas a empresas estrangeiras, trustes importados, sanguessugas de uma já desvalida economia nacional.
Mas, à parte da economia, vejamos a ciência. O governo do Brasil fecha as portas à ciência universal, aquilo que diz respeito a favor da humanidade. Impõe empecilhos legais. O IBDF proíbe o trabalho de Fritz Plaumann. Sob a ótica da Lei Pátria Brasileira, a sua atividade científica, perscrutadora, humanitária e filosófica, é crime. Proíbe o maior entomólogo das Américas, de fama reconhecida internacionalmente, sem similar no Brasil, de continuar o seu trabalho. Há que se lhe retirar o “sal de la mollera” de vez que optou pelo Brasil. Os obstáculos legais inviabilizam a continuidade de sua pesquisa. A Lei, dita correta, não passa de “burra”, pois não oferece condição de continuidade.

FRITZ PLAUMANN – NA SEARA DA FILOSOFIA EVOLUCIONISTA – O HOMEM -.
*Obs. Artigo escrito em 1992.

Da Grécia Antiga, por Tales de Mileto, Anaxímenes e Anaximandro, passando pela era cristã com Sto. Agostinho e adiante com Lamarck, Malthus, Darwin e Teilhard de Chardin mais recentemente, cabe ao homem levar adiante e queimar na pira da reflexão, as profundas investigações de ordem filosófica sobre a evolução dos seres.
Tendo como sua frase mais candente, diz Fritz Plaumann que a “Vida é um assunto cosmológico, sujeito às leis do Universo”.
Ao nos depararmos com o homem, Fritz Plaumann, senhor do alto dos seus 90 * noventa anos de idade, é o tempo que toma das rédeas do nosso entendimento e todo o restante se faz de somenos importância. Seus pequenos olhos azuis perscrutadores, parecem dissecar cientificamente os segredos mais recônditos de nossas mentes e corações. Tudo em Fritz Plaumann transpira a ciência. Mas, há uma confusão que se estabelece neste complexo conjunto científico. É o próprio homem. É a ciência com um misto de poesia. Poesia que se estabelece como em versos brancos, solto ao sabor dos ventos, os mesmos ventos que um dia o trouxeram, ainda infante do Leste, cruzando o Atlântico rumo à aventura de uma incógnita vida brasileira na década de 20.
Como estabelecer um parâmetro conceitual sobre uma vida regrada pelos fortes preceitos de uma prussiana educação, mesclada com diuturna preocupação de observações científicas minuciosamente aplicadas e coletadas sobre minúsculos insetos, à luz de microscópios e lupas, no convívio com uma natureza agreste, inculta, selvagem e na coexistência com indígenas e caboclos, habitantes únicos da região, além de uma dezena de imigrantes.
Desde o já longínquo 1924, vão-se 68 anos de 365 dias. Força de expressão para destacar dias de coletas de insetos, dados e anotações, observações e exames, testes comparativos; dias de três anotações diárias sobre a meteorologia, índices de umidade relativa, de precipitação, gráficos comparativos, etc.
Mas, o tempo para cuidar de sua própria vida lhe toma o tempo. Entretanto, sobra-lhe para a poesia, para a música em um velho órgão, para o violino e a flauta. Acordes em meio à selva. Bugres, caboclos, bem-te-vis, sabiás e coruíras extasiados, escutam atentos. A mata subtropical robusta, o andar do vento em entremeio aos montes, vales e searas, tudo faz um cenário natural digno de uma ópera de Carlos Gomes.
Placs de asas. Multicoloridas borboletas permeiam por entre verdíssimas folhas e louras e germânicas cabeças de crianças. Risos confundidos com o suave e doce murmurejo dos regatos. A poesia, toda a poesia parece que se doma e converge para o encanto azul do olhar deste senhor que reinou absoluto pelos confins da ciência e domesticou segredos da origem da vida, da origem e metamorfose das espécies e da coexistência humana em mútua relação com a natureza.

FILOSOFIA PLAUMIANNA – A ECO/92 – A MENSAGEM DE FRITZ PLAUMANN

Nestes tempos de ECO/RIO-92, onde presentes se farão no Brasil as autoridades políticas principais do mundo inteiro para a adoção de uma política ecológica mundial inteligente e sensata, Fritz Plaumann está mais do que presente. É monumento vivo de uma luta insana, é marco e síntese da mais pura indagação que o homem pode fazer com referências a si próprio. A sua mensagem é uma sentença ecológico-filosófica da qual instância alguma poderá opor reformas. Vencidos devem ser todos os votos da insensatez humana. Escutemo-lo com atenção. A sua mensagem foi lida por ocasião da cerimônia de inauguração do Museu Fritz Plaumann de Nova Teutônia, Distrito do Município de Seara, SC, em 23 de outubro de 1989.


MENSAGEM DE FRITZ PLAUMANN

Meu olhar divaga livremente sobre a paisagem montanhosa, porém a mata virgem não existe mais. As estrelas brilham à noite no firmamento, porém disfarçadas pelo reluzir de luzes artificiais. Imensurável é a quantidade de espécies de fauna e flora, indecifrável o número de astros. Teorias aparecem e desaparecem, mas o mistério – de onde? – para onde? – permanece.
Como qualquer ser vivo, também ao homem é imposto pela própria natureza um limite a sua capacidade perceptiva, que não pode ser ultrapassado; o que fica além, continua enigma...
Neste mundo, seja na superfície da terra, seja acima dela ou no seu interior, tudo está cheio de segredos, mas tudo está subordinado a uma ordenação disciplinada e reconhecível nas leis da natureza. Por isso não consigo crer numa “criação do acaso”.
O homem agride sem consideração. A fauna e flora, autóctones, sucumbem. Terra, ar e água são envenenados ou contaminados. Porém, a terra, na qual toda a vida se fundamenta, há de vingar-se, como em parte já está acontecendo. Pense, pois, homem, sobre o que poderá advir...
Que o meu trabalho entomológico possa contribuir para incentivar a admiração e o amor à natureza e estimular a reflexão sobre a mesma. São os meus votos. Fritz Plaumann, Nova Teutônia, 23 de outubro de 1989.
Fritz Plaumann, um teuto-brasileiro por escolha, contemporâneo de um tempo de pouco sal e sensatez por parte da humanidade. Cientista entomólogo, ecologista, meteorologista, botânico. Plaumann o cidadão, perseguido e prejudicado no seu trabalho pela ignorância política de um tempo e principalmente por políticos ignorantes. Fritz, o artista, a pessoa humana, o amigo e o mestre. Fritz Plaumann, o filósofo naturalista. Ele que encontra na observação da natureza os segredos por que o homem deve pautar o seu modo de vida. O homem é uma criança que só pode evoluir na dependência da mãe natureza e no caminho que o leva a Deus. A natureza está subordinada a uma ordenação disciplinada e reconhecível. Homem e natureza estão irremediavelmente ligados um ao outro. É um processo de coexistência, onde homem e natureza devem unir forças para vencer o mal.
O seu pensamento qualifica como pecado, numa forma figurativa, a se levar em conta uma perspectiva religiosa, o fato de o homem atentar contra a natureza, como, por exemplo, permitir a reprodução com deficiência genética. Entende ser dever corrigir e não permitir ações antiecológicas como forma de preservação da qualidade de vida no futuro.
Em toda a sua obra, na sua filosofia de vida e procedimento, se faz sempre presente o saudável binômio, preservação & progresso. O respeito, o amor e a preservação da natureza, aliado com o desenvolvimento, o progresso e bem estar do homem.
O seu trabalho científico, ecológico e filosófico, nunca esteve associado a interesse de ordem política, religiosa ou econômica. O seu trabalho se fez única e exclusivamente em favor do engrandecimento do gênero humano.
Sob o prisma desta sã mentalidade é que nesta ECO / RIO - 92 ao se completarem 90 * noventa anos de existência de FRITZ PLAUMANN,  devem se unir no Rio de Janeiro, Brasil, as autoridades políticas dos principais países  do mundo, estabelecendo-se um Fórum Internacional
Um Fórum que se observe normas de conduta que não permita por parte dos nacionais detentores de áreas de interesse de preservação ecológica, um processo de devastação e de destruição, bem como se observe,  que por parte do estrangeiro, não se faça presente a cobiça, vilmente arquitetada pelas intrigas, pelas divisões patrocinadas, pela discórdia interna sementeada e manipulada por interesses internacionais escusos, tanto os de ordem de inteligência estatal quanto os de ordem privada, sob artifícios de trustes e de multinacionais interesses.
A isenção deste Fórum Internacional deve ser total.  A preservação ecológica deve cuidar da viabilidade econômica, dos custos de manutenção e do desenvolvimento dos povos pátrios das regiões de interesses ecológicos, que não podem, nem devem permanecer à margem da história e da civilização.

Euro Zanuzzo- artigo escrito em 1992 *


SÍNTESE DO PENSAMENTO DE FRITZ PLAUMANN

Considero o Brasil minha Segunda Pátria. Não tenho interesse em visitar a minha terra natal que está agora nas mãos de outro País (Rússia). Muito, muito mudou lá, ficando estranho. Daria para mim tristeza em vez de prazer.
-         Desde minha infância tinha grande interesse pela natureza. No Brasil, notei as numerosas espécies em Fauna e Flora, que ultrapassava a possibilidade de poder estudá-las.
-         A abundância da desmatação, uso de agrotóxicos na lavoura, indústrias e demais, se não mudar, levará ao caos.
-         Um Instituto para estudos da Entomologia, se criado pelo Governo Brasileiro daria bom sucesso.
-         Já foi planejado uma Reserva Florestal na Região de Teutônia, que ficou sem efeito por causa da falta de recursos financeiros.
-         Para mim a Fauna e a Flora são assuntos cosmológicos às leis do Universo, não dependendo somente da evolução. E, por fim, completa:
- Creio que DEUS é o maior dos Cosmos, seja que nome o homem inventou para lhe dar. Nos Estados Unidos da América existe muito mais que 100 religiões e crenças, porém eu fico com o meu moto: “DEUS ETERNO A VÓS LOUVOR”.


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