HENRIQUETA NARDI- nascida aos 15 de novembro de 1905, na Linha Tiradentes, em Serafina Correa, distrito do Município de Guaporé, RS, filha de Caetano Nardi e Prima Barp. Faleceu em 12 de maio de 1990.
ANTONIO ZANUSSI- Nascido aos 26 de julho de 1900, às 19,00 h, filho de Giovanni Zanussi e Veronica Crespan, em Alfredo Chaves, RS, sendo avos paternos Giuseppe Zanussi e Angela Bardossa e avos maternos, Angelo Crespan e Luigia Schiavetto, sendo registrado no Cartório de Registro Civil de Nascimentos, Joaquim Greca, Escrivão, em Alfredo Chaves, RS, aos 27 de julho de 1900, sob número 1223, fls 198 do Livro número 17. M. em 05 de maio de 1935.
CASAMENTO- Antonio
Zanuzzo e Henriqueta Nardi, casaram-se em 01 de dezembro de 1923, ás 14,00h, no
Cartório de Registro Civil de Casamentos de José Girardi, no Distrito de
Serafina Correa, Guaporé, RS, constante do Livro número 3, fls 49 e VS, sob
número 52. Consta ainda serem pais de Antonio Zanuzzo, industrialista, João Zanuzzo, então com 65 anos e Veronica
Grespon, falecida em 26 de dezembro de 1916, e pais de Henriqueta Nardi, de
serviço doméstico, filha de Caetano Nardi, então com 43 anos e Prima Barp, com
42 anos, sendo testemunhas Antonio Fonini, comerciante e Martim Crema,
ferreiro, sendo juiz distrital, Victório Rotta.
BREVE HISTÓRICO DA
FAMILIA ZANUZZO em Seara, SC.
A descendência da Familia Zanuzzo em Seara,SC.,do casal
Antonio e Henriqueta Nardi Zanuzzo,
compõe-se dos filhos Herculano Hércules, filho mais velho, nascido em 01 de
novembro de 1924, seguido das filhas Primina Verônica, Elibretina Maria e Erica
Antonia.
Antonio e Henriqueta casaram-se em dezembro de 1923 e
fixaram residência familiar em Serafina Correa,, até 1932, onde nasceram
Herculano, Primina e Elibretina, transferindo-se então para Nova Milano em 11
de novembro de 1932, onde veio a nascer a última filha do casal, Erica Antonia.
Antonio Zanuzzo, desde solteiro, trabalhava com venda de
terras no oeste de Santa Catarina, juntamente com seu irmão José Zanuzzo,
trabalhando para as Empresas Colonizadoras Bertazzo em Chapecó e Caxambú. Já no
ano de 1923, Antonio Zanuzzo passou a trabalhar para seu sogro e parentes na
Empresa Nardi, Rizzo e Simon, Colonizadora Rio Branco Ltda, titular de terras
nos atuais municípios de Seara, Xavantina e Arvoredo. Já no ano de 1923, antes
de seu casamento, Antonio veio a fazer o reconhecimento destas terras
catarinenses, segundo relato de sua esposa Henriqueta, usando o seu cavalo, o
“Vermelho” e uma mula “Tobina”, sendo que após o casamento passou a responder
pelo preparo da colonização destas terras catarinenses, primeiramente
construindo uma casa da Colonizadora na Sede Nova Milano(Seara), e abertura de
picadas de acesso, procedimento de medições, mapeamento, enfim os trabalhos
inerentes ao estabelecimento da colonização e formação de povoado. A empresa
também tinha outras duas Sedes, Sede Anita Garibaldi, hoje Xavantina e Sede
Arvoredo, hoje Arvoredo.
A família Zanuzzo
continuava estabelecida em Serafina Correa, onde Henriqueta era prendada costureira,
além dos serviços domésticos. Em 1927 estabelecia-se o Povoado de Nova Milano
após mais de três anos de preparo, e a partir de 1930, Antonio passou a
construir sua própria residência em Nova Milano, frente a atual Igreja Matriz,
e vindo a estabelecer domicílio definitivo com sua família em 11 de novembro de
1932, onde sua esposa Henriqueta passou a ajudar na recepção e atendimento aos
colonos que vinham a se estabelecer nas terras da colonizadora e continuando os
serviços domésticos e de costureira. Neste ano também vem residir em Nova
Milano o seu irmão, José Zanuzzo, conhecido como Bepin, que se estabeleceu onde
é hoje o Colégio Estadual Seara, no Bairro Industrial.
O Povoamento de Nova Milano e demais sedes da colonizadora
estava em franco progresso com um número muito grande de colonos que adquiriam
em média uma ou duas colônias, gente humilde, de origem italiana, e que em sua
grande maioria pagavam suas terras com muito trabalho e sacrifícios. Vinham em
grande parte das regiões de Guaporé, Serafina, Casca e adjacências no Rio
Grande do Sul.
Antonio Zanuzzo, de visão prática, procurava trazer para
estabelecer junto aos povoados profissionais necessários como carpinteiros,
ferreiros e seladores,comerciantes, muitas vezes doando lotes e chácaras junto
à Sede para suprir demandas profissionais. Na abertura de estradas e picadas
contratava trabalhadores muitas vezes a troco do pagamento das terras e
inclusive alemães da colonização próxima de Nova Teutonia, da Empresa Luce
& Rosa.
A construção de uma Igreja apropriada para substituir a
pequena Capela era obra almejada pela totalidade católica, e mesmo na ordem
política, pelo fato que com a Igreja viria o estabelecimento de uma Paróquia,
passo de suma importância para reconhecimento de Vila e após Distrito. Antonio
pensava adiante. Mirava-se no exemplo de Concórdia, de Distrito a Município e
Comarca no mesmo ano de 1934. Seara e grande parte do então Município de
Concórdia,pertencia ao Distrito de Itá, de muito tempo estabelecido (1925).
Era o ano de 1935 e a Igreja estava conclusa. A colonização
estava suprida de profissionais e comércio básico, agricultura, criação de
animais, suínos, bovinos, etc., e este sucesso empreendedor era muito bem visto
na ordem regional e no neo Município de Concórdia para onde todo esforço
produtivo se procurava dirigir e comercializar.
Mas este ano de 1935, marca a grande tragédia para a Familia
Zanuzzo. Antonio Zanuzzo, líder da colonização das Sedes da Colonizadora, então com 35 anos de idade, na data de 05 de
maio de 1935 é assassinado, no local onde era hotel, comércio e residência de
João Nardi e Familia, onde hoje é a Prefeitura Municipal.
As circunstâncias e motivos de sua morte não foram bem
esclarecidos até nossos dias, mas o Povo cita motivos de ordem política, sendo
que seu assassino, foragido da Justiça desde então, respondia como subdelegado
no Distrito de Itá.
Mas, sua esposa Henriqueta não esmorece e declara “Antonio
me trouxe aqui e é onde eu vou ficar pra criar nossos filhos e continuar seu
trabalho”
Antonio Zanuzzo é substituído na gerência da Colonizadora
pelo seu cunhado Fioravante Massolini, que também passou a tutelar os
interesses da Família Zanuzzo em Seara, com Henriqueta e filhos menores, tendo
o primogênito Herculano a idade então de 12 anos.
Fioravante Massolini rapidamente assume os interesses da
Colonizadora e passa a representar a região de Seara na ordem política junto ao
recém criado Município de Concórdia, onde fixa domicílio.
Em 15 de março de1944, Nova Milano passa a condição de
Distrito do Município de Concórdia, assumindo a escolhida denominação de Seara.
Fioravante Massolini é designado Intendente do Distrito, sendo depois
substituído por Mansueto Franquilino Zanusso, Herculano Hercules Zanuzzo é
nomeado Escrivão Vitalício de Paz, com funções de Tabelião e nomeados Juízes de
Paz, Biazio Aurelio Paludo e Luiz Sfredo.
Fioravante Massolini veio a ser nomeado Prefeito Municipal
de Concórdia no Estado Novo, em 1946, após foi releito por 3 mandatos como
Prefeito de Concórdia e 4 mandatos de Deputado Estadual por Santa Catarina.
Nunca deixou em toda sua vida de prestigiar Seara e região e a família Zanuzzo,
juntamente com sua esposa Palmira. Seu filho Neudy Primo Massolini também
eleito Prefeito de Concórdia e deputado Estadual continuou a prestigiar Seara e
região.
A residência de Henriqueta continuou a servir a comunidade
searaense. Alí fazia seu trabalho de costureira muito solicitada; sua casa
também serviu para se estabelecer o primeiro hospital de Seara com o Dr. Harry
Quadros de Oliveira, ajudando-o como enfermeira: após veio o prático
farmacêutico Valentim Petry e esposa Lira Camila Petry, enfermeira, sendo
conhecido como Hospitalzinho da Dona Henriqueta. Alí também funcionou
Intendência e após Escrivania e Tabelionato do filho Herculano.
Seus filhos, Herculano Hércules Zanuzzo, (1924-1980)
Escrivão de Paz, casou-se com Adorilde Bogoni Zanuzzo, Escrevente Juramentada
do Cartório; Elibretina Maria Zanuzzo Tumelero, casou-se com Amélio Tumelero, dentista;
Primina Verônica Zanuzzo Dal Maz casou-se com Riccieri Dal Maz, comerciante e
Erica Antonia Zanuzzo Possan, casou-se com Clodoveo Constante Possan,
agropecuarista.
A comunidade searaense condignamente homenageia a família
Zanuzzo, nominando Antonio Zanuzzo, rua central de Seara, frente ao Clube Ser
Searaense e Banco do Brasil; também foi criado o Centro Municipal de Memória
Antonio Zanuzzo, administrado pela Fundação Cultural de Seara junto a Casa da
Cultura; foi denominado a praça do Bairro Industrial como Praça Henriqueta
Nardi Zanuzzo, praça esta que tem o formato de uma borboleta, símbolo de Seara;
e uma das ruas principais do Bairro Industrial foi denominado Rua Herculano
Hércules Zanuzzo. Também foram denominadas ruas com nome José Zanuzzo, Guerino
Zanuzzo e Amélio Tumelero.
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