sábado, 21 de fevereiro de 2015

CORAL SÃO DANIEL



                                          O Coral São Daniel, tem o seu nome com base na Paróquia São Daniel de Seara, que por sua vez recebeu tal denominação e escolha do santo padroeiro, em homenagem ao Bispo de Lages, Dom Daniel Hostin, primeira Diocese a que pertenceu Seara, desde a sua existência como Nova Milano. Depois, com a criação da Diocese de Chapecó, passou a pertencer a esta.
                                             A Paróquia São Daniel foi criada em 17 de julho de 1944, mas já existia um Grupo de Cantoria Sacra desde o ano de 1935. Criada a Paróquia, no ano de 1950, passou o Grupo também a adotar sua denominação de fato, Coral São Daniel, referendando a Paróquia.
                                            A Entidade só vem a assumir personalidade jurídica própria com o Registro de seus Estatutos, sob número 21, em data de 27 de maio de 1980, junto ao Cartório de Registro Civil, Títulos e Documentos da Comarca de Seara.

                                        



                            Ao longo destes seus ora 80 anos de existência entre o tempo de fato e o de Direito, mas tendo como referencial o ano de 1950, então seriam 65 anos, a Entidade teve importante e intensa participação social, presente sempre em todos os principais eventos, históricos, sacros e políticos da história searaense.
                  Nomes ilustres da nossa história foram ao longo do tempo seus componentes, como a Professora Helena Prado, que doou seu próprio piano quando deixou de residir em Seara. Dr. Harry Quadros de Oliveira, ilustre cidadão homenageado de Seara, nosso venerado primeiro médico, que com sua cantoria e violino tanto abrilhantou ao longo do tempo que em Seara esteve, o seu Coral. Américo Paludo, Presidente da Câmara Municipal e sua esposa Fidelia B. Paludo. Etelvino Pedro Tumelero, Prefeito de Seara. Natalina Barbieri Paludo e Eni Zanuzzo Laitano, organistas. Enfim, lembrando participantes do Coral, alguns já falecidos, Amelio Tumelero, Ilse Wosgrau, Victorio Pierozan, João Grando e Adelina Grando, Roberto Hoff, Padre Jaco Feldhaus, que durante anos dirigiu o Coral. Enfim, com nomes na ordem geral, alguns incompletos por não lembrar, citados por minha mãe Adorilde Zanuzzo.
                     Letícia Benetti, Genuino Sfredo, Herminia Canalle, a Sra. Ragagnin, mãe do Prefeito Flávio, Iracy Casarotto, Dalila Evangelista, Domingas Tochetto, Cleci Gaida, Catarina Matiello, Geni Alves, Lourdes Campos, o Battistella da Linha Forquilha, Luis e Thiago Benatti, Valdemar Fabrin, Celio Gris, Valdir Bordignon. Diamantina Paludo, Antoninha Paludo, Jaime Casarotto, Olga Vani, Gema Zonta Bellani, Maria E. S. Rech, o Benettinho, Argemiro e Carlão, com violão. Fanny Battistella, Zilce e Marcos Magnani, Marzarotto e esposa Terezinha, Ines e Adorilde Benatti, Suzin, ex Gerente do Banco do Brasil. Bem, os que conseguimos recordar pois não sei da existência de registro. Os que continuam este Coral e a todos quantos participaram de uma forma o outra, parabéns por esta bela atividade cultural. Vejam, eu me encontro em Criciúma e os contatos são via Internet, às vezes esqueço fatos de ontem, então Desculpas já peço aos que esqueci e este trabalho pode vir a ser completado posteriormente por mim ou outra pessoa que se disponha.



                                               O Coral promove anualmente a sua tradicional Festa e Jantar Italiano, atualmente ao que parece, em sua 28ª. edição, que ocorre junto aos festejos de aniversário do Município, no mês de abril, sendo que a data municipal é 03 de abril.
                                               Faz parte na ordem regional de Associações e Liga dos Corais, sendo composto por cerca de 30 componentes, misto, e recebe orientação da Maestrina Inês Grando Detoni.
                                               Trata-se o Coral São Daniel, um dos baluartes mais expressivos dentre os valores culturais de Seara, senão o mais antigo e importante na história cultural do Município.

                                               Na sequência, faço vista de vídeo gravado em sistema de fita cassete, repassado para DVD., e é claro, coisa de amador e gravação feita mais a interesse familiar, feito por Eni Zanuzzo Laitano, em cobertura da Festa Italiana, Jantar, realizado no Centro Comunitário Pe. Jacó Feldhaus, Centro de Seara, ao lado da Igreja Matriz São Daniel, em 30 de abril de 1994, festividade que encerrava os festejos de aniversário do Município daquele ano.
                                               A acústica do Centro é péssima e o vídeo rodado por amadora, não é propriamente um espetáculo, mas serve de registro de uma época, onde surgem queridas pessoas de todos nós, já falecidos, que faziam parte do Coral São Daniel, como o ex Prefeito Etelvino Pedro Tumelero e agora recentemente, o Sr. Hilário Canalle, pai do ex Prefeito Kiko Canalle. O evento foi abrilhantado com a presença do Coral de Orleans, SC. Também registro aqui, belos jantares com Baile realizados no mesmo local enquanto respondia como Presidente da Fundação Cultural de Seara, onde por duas vezes contratamos o belo conjunto Ragazzi dei Monti de Montes Belos do Sul, RS. Todos que tiverem interesse de revê-los podem acessar , -www.ragazzideimonti.com.br.
 Na sequencia o vídeo citado:


Festa Italiana 1994, clique e veja.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Interesses Searaenses


         Ao curso do tempo, depois de formado e advogando, principalmente na cidade de Concórdia, já casado com minha esposa Ana, professora dedicada que em tudo me ajudou e sempre me apoiou, que “Deus a tenha!”, enfim, nós tínhamos a preocupação em trazer a público as necessidades de Seara no contexto regional e de uma forma ou outra reivindica-las. Uma das maneiras, eram artigos escritos nos jornais existentes, como é o caso do “O Jornal” de Concórdia, e após outros.
       Então alguém pensará... -Mas, o que fizeram?..., O que ele fez?! – NADA! – Bem, nunca foi minha preocupação elogios ou louvores, títulos e agrados. Não faz minha cabeça este tipo de coisas. Sempre vivi de forma despreocupada e singela, dono de meu nariz, tive grande apreço aos meus amigos, não me preocupei com eventuais inimigos ou pessoas que discordassem de meu pensamento e atitudes.



Ana Medeiros Zanuzzo e Euro Zanuzzo


        Segui a orientação de meu Pai Herculano. “Herculano, escoteiro!”, ele dizia. Então segui sua trilha, sempre alerta! Assim, escrevia artigos quando havia ou sentia interesse em me manifestar como Searaense, dizendo de minhas preocupações por ver e acontecer, a exemplo dos que seguem. Mas antes, teço algumas considerações.

        Verdade seja dita, havia pessoas em nossa Seara, que eram contra o progresso, a exemplo de abertura de estradas e asfaltamento. Assim, não queriam estrada boa pra Chapecó, sob alegação que iria prejudicar o “comercio” de Seara. Heia! Novela do asfalto! Tão custoso foi. Projeto, Execução em etapas. Amin, Pedro Ivo, Maldaner, Kleinubing. Saída de Chapecó!, até o Irani e Ariranha. Depois até as “saudosas zonas da Trago, Bolica, Berno e Maninha”, ou seja, saída para Xavantina e Xanxerê, para os desmemoriados e pudicos, e finalmente, o “Deus nos acuda” da fatídica descida até Seara e a 03 de abril. Mas lá está, pronto, enfim. Então, repasso alguns artigos daquela época, ex. Ideal Searaense, Encontro de gigantes, Dissabores da Independência., alguns, para dizer “aos de hoje” de nossa preocupação no ontem. 

Herculano H. Zanuzzo e Euro.

O IDEAL SEARAENSE

Euro Zanuzzo


...”Plantei esta roseira um dia,
            Para uma única e natural finalidade.
                A de quando, Eu, não mais for...e então,também
                  plantem-me ! Seja, cinco, seis ou sete pés,
                   o quanto for suficiente, aos pés de minha
                   ingênua roseira, e a cada rosa., rosasserei !


            É assim. Nas curvas de nosso destino, o descarrilar dos nossos ideais. São os sonhos, as ambições, vãs vaidades, consumidas e queimadas na pira de uma vivência.
            Foram os botões que não floresceram na velha e cansada roseira, mas que ainda no verde esperançoso que lhe resta, fica a nos prometer o sonho de uma rosa esplendor. Aquela, da primeira-vera. A primavera que há por vir, tempo e estação de um sonho maior que deve acalentar e nos renovar o espírito searaense.
            Já o disse e torno a repetir à exaustão se preciso for. Esta terra tem dono. Esta é a Seara dos seareiros. E a Seara é de quem a cultiva, desde os nossos antepassados que desbravaram este sagrado chão e aqui ergueram o seu Lar. A nós cabe prosseguir com diurna, diuturna atenção e desvelo, para que também possamos legar à nossa descendência uma Seara de mais talentos.
            Recordo-me e bem dos então candidatos a Prefeito e Vice, Flávio e Valdir, sustentando nas praças e campanha uma promessa maior. Que Seara deixe de ser apenas um ponto no mapa político catarinense, entre *Este e Aquele referencial. Assim definiam sua filosofia política de independência de destino e parafraseavam talvez sem que o quisessem, para a história, aquela às vezes esquecida, porém sempre atual declaração da doutrina de Monroe, “a América, para os americanos”.
            Tenhamos sempre viva em nossa mente esta pré-disposição. A Seara é para os Searaenses, gritando bem alto – “Esta terra tem dono ! “. E, então, certamente, Velhas Roseiras irão novamente sorrir trazendo-nos rosas crianças para renovar, perfumar e colorir os nossos ideais maiores de existência. Plantemos, pois...


(*Este e Aquele – Concórdia e Chapecó)

                  Eolo Seara e Moreno Sol na praça Dr.Harry Q. Oliveira

Um encontro de gigantes.

Euro Zanuzzo.


            Conhecemos a nossa realidade e ninguém melhor que nós. Ainda ressoa no meu ouvido aquele fora de uma garota que me disse: “Vá, vai rolar tuas pedras lá nos morros de Seara !”. Não foi fácil. Nunca esqueci e nem se pode esquecer tamanha pancada.
            Fato é. Disse verdade. São pedras, grotões, aclives e declives, curvas de se poder ler a placa traseira do próprio carro, e aquela sempre presente jaculatória do motorista “Na subida Deus me ajuda, na descida, Deus me acuda!”. Coisa, até dita, impraticável. Mas Eu digo que Não. É preciso ser Gigante para se habitar uma Terra de Gigantes. E o nosso agricultor, o seareiro das nossas searas são verdadeiros gigantes na força de vontade, no brio e na fé. Fé por dias melhores de um vir a ser. Trabalhando o progresso, ainda à margem do progresso. À beira do caminho, comendo pó, esperando a *linha, esperando... Tudo isto na seara dita que é a seara dos melhores cereais.
            E, ouço que falam em prioridades disto e aquilo. Pois, prioridades se dão a quem as merece. Façam-se as estatísticas, conheçam a nossa realidade. Nós, a conhecemos, às duras penas, construímos. Não se abandona um celeiro em meio ao mato. Venha comigo percorrer os 43 km da estrada Seara X Chapecó e vejam a razão de se falar em gigantes, em Fé. Se esta estrada fosse minha eu mandava asfaltar. Para um encontro, um abraço de Gigantes, o nosso gigante Seareiro e o gigante Índio Condá. AMIM, creio, há de querer registrar este encontro para os anais da posteridade.
            Alerta ! pois, IGUAÇUANOS deste último degrau de serra, à beira do rio Uruguai, elevemos o nosso brado. Temos consciência que esta terra tem dono, e SOMOS NÓS. Ainda estamos a reivindicar a Integração, não a Separação.
            Aguardemos, Olhos acesos, Rolando nossas pedras !

             Euro Zanuzzo, em 07/02/1985, publicado no “O Jornal” de Concórdia (reivindicação para estrada Seara Chapecó, asfaltada).  Obs. * Linha (regionalismo de denominação de ônibus). AMIM, Esperidião Amim, Governador do Estado.


DISSABORES DA INDEPENDÊNCIA.
                                                                    Euro Zanuzzo.



            Toda liberdade tem o seu preço e liberdades são conquistas sociais que custam e são debitadas a individualidade.
            Ah!..,quanto nos custa erguer a voz e clamar contra uma injustiça. Bem melhor seria fazer de conta que não se viu, não se ouviu, não se sabe...
            Tento fugir. Debato-me contra a própria consciência, mas ela me arma o laço e lá vou Eu, pialado, arrastado, maneteado, preso o coração, os sentidos, todos sentidos por seguirem meu desinteresse social.
            Mas, Eu não me interesso por Política. Mas Eu não me interesso por Dinheiro. Mas Eu não me interesso pelo que pensem de Mim. Tudo isto Eu tenho dito e repetido para os Outros e principalmente para Mim mesmo, a ponto de congestionar e inviabilizar meu procedimento, exatamente em razão do outro lado dos Outros e do Outro lado de mim. Deu para entender?! – Não deu?! Mas é isto mesmo. É assim.
            Dilemas da independência, da individualidade, da liberdade. Querer ser Eu, sem ter permissão para sê-lo. É necessário pedir licença para Ser.
            “Euro ! Você não deveria dizer Isto. Você não deveria fazer Aquilo. Você deveria se vestir como um Doutor que é. Você não deveria estar Fora do Sistema. Você.., Advogado, tocando um Bar e Lanchonete?!. Você, Professor, por uns míseros *CZ$14.000,00 por mês?!., Você, Duro de Trago?!...
            Mas, pergunto Eu agora. “O que acontece com vocês de Seara, meus Amigos e eventuais Inimigos. Será que eu também lhes poderia oferecer um conselho.., -“Vão Vocês para Pasárgada. Lá Vocês serão amigos do Rei. Eu detesto Reis. Como alguém já o disse, “Meu Reino não é deste Mundo!”. Também não é do outro e muito menos, é Meu. Vão vocês reinar lá...
            Deixem de me oferecer conselhos para melhorar de Vida. Eu não quero e não desejo este tipo de Política e esta espécie de Dinheiro. Todos, qualquer um, pode comprar o meu Trabalho, mas não a minha Voz, muito menos o resto dos meu cabelos e da minha vergonha.  Searaense, sim, mas jamais um Velhaco searaense. Eu quero apenas Estar em Seara, deixem-me ficar, deixem-me estar, sem se preocuparem com meu Bem-estar, que não pedi a Ninguém.
            Recado dado. Mesa posta. Digiram. EU fico com o Dissabor.


Obs.* CZ$.. Era o tempo dos Cruzados e após cruzados novos.Fev.1989


                                Euro e Ana - Baile Rotary - SER Searaense 


terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

O passado existe !
                                                              Euro Zanuzzo
                                                              Vivente Searaense qualquer.

 (O PRESENTE ARTIGO FOI ESCRITO NO ANO DE 1997)

            Nossa Seara viveu o sonho do desenvolvimento e realmente desenvolveu-se. O dinamismo da sua potencialidade se circunstancia no conhecido e festejado 70 anos de sua fundação, 43 anos de sua emancipação municipal e 30 anos de Comarca.
            Longe vai o tempo em que nossos abnegados e primeiros searaenses, mirando-se no exemplo da Concórdia-Mãe e cumprindo um destino econômico de ordem regional que se afigurava modelo, implantou-se o Moinho de Trigo Seara, nossa indústria primeira nos idos de 1950, e após o Frigorífico Seara S/A em 1958, hoje a Ceval Alimentos S/A, orgulho e sustentáculo econômico da nossa Seara.
            Mas, em nome deste desenvolvimento tudo restou feito, tudo se modificou e acreditou-se sempre ao longo destas décadas de trabalho, que o desenvolver importava em custos de destruir, de sacrificar, de alterar e submeter tudo a uma única contabilidade que importava, seja a do saldo do extrato da conta bancária.
            Sabemos hoje a duras penas que não é assim. Preservação ambiental não é uma palavra que atenta contra a nossa economia. Não é uma palavra para você ficar ouvindo em enfadonhas palestras de cunho ecológico. Preservação faz parte de nosso dia-a-dia, do nosso contexto de vida, da nossa qualidade de vida.
            Não se pode perseguir ISSO e AQUILO – ISSO 9.000, DEZ ou VINTE que seja, para atender o Programa de Qualidade Total e abrir barreiras do sistema de exportação para adentrar ao privilegiado círculo de um Mercado Comum Europeu e botar a mão na sua moeda comum, o Euro., (ah! deste $ Euro $ tenho certeza que todos iriam gostar) mas, para perseguir estes necessários e objetivos caminhos na ordem econômica, se exige necessariamente que iniciemos por arrumar nossa própria casa, o nosso galpão, utensílios, pocilgas, esterqueiras, a roça, a higiene, a natureza, o ar e a água.
            Nada está dissociado do objetivo da qualidade total, intrínseco que é ao sistema. O nascedouro de tudo é a nossa casa, a nossa propriedade. Desenvolvimento hoje é integrar o passado, o presente e o futuro nas nossas atividades, tendo essencialmente a preservação do meio. E a preservação deste meio se faz de uma atividade integrada do Poder Público com a Comunidade, com o Particular, com as Empresas, com as Entidades Sociais representativas.
            Nós precisamos voltar a conhecer nossa Seara. O passado existe, sim!. Os sonhos aconteceram e tornarão a voltar sendo mais reais que no passado, onde até sonhar era difícil. Precisamos tomar consciência de uma Seara que apenas necessita de um pouco de nosso capricho e boa vontade. Fazendo a esterqueira ali. A fossa da casa lá. Não jogando mais porcaria no rio. Fazendo o bueiro lá, o muro e o cercado ali. Matando o formigueiro lá. E a soma dos Ali e Lá, irão nos mostrar a Seara do futuro, tanto senão mais bela que a Seara do passado. O futuro se espelha no passado. O passado espelha o futuro. Não quebre este espelho. Sequer podemos pensar no azar!


Seara &
Euro Zanuzzo


SE
ARA
Do
Suor!
Seara & Louvor,
Seara do Senhor.
Seareiro arado,
Universal Trabalho,
Terra, Trigo & Pão.
Seara Igreja Mor,
Seara do Alimento,
Seara em flor,
Seara da Vida,
SEARA de Amor!